domingo, março 29, 2015

Mary Poppins em Paris!

Depois de uma looonnngaaa, mas não esquecida, ausência e depois de tantos "pula pra cá", "muda pra lá", dos últimos anos, decidi retomar os rabiscanços do blog.
Às tantas páginas de um dia enfadonho pensei, porque não voltar a escrever e sobre uma das coisas que mais gosto de fazer?! Já que passo tanto tempo a ler sobre viagens e a sonhar com elas, porque não dar as minhas sugestões e partilhar os meus planos (dicas, aceitam-se)?!

Recentemente revisitei duas das minhas cidades de eleição, Londres e Paris. Foi assim uma viagem vapt vupt, três dias (e meio) e o bom de cidades assim é que nunca falta o que fazer e de cada vez que se revisita há sempre um novo olhar sobre as coisas.


Paris... uns chamam-lhe a Cidade do amor, outros a Cidade luz, a verdade é que Paris, seja com a luz forte do sol num dia quente de verão, ou com as luzinhas natalícias que atravessam os Campos Elísios ou as que iluminam a famosa Torre Eiffel, é sempre e tão somente - Paris!


É certo que nem um ano na capital francesa chega para desvendar cada singularidade da cidade, mas a receita para desfrutar de um pézinho em Paris é universal: caminhar! Se tiverem a oportunidade de viajar no verão ou apanhar um dia ensolarado, mesmo no inverno, usem aquele calçado mais confortável e caminhem o tanto que puderem, desfrutando dos cenários "cartão-postal" que a cidade tem para oferecer (e não são poucos!). De qualquer forma, a cidade é tão maravilhosa que nem o frio enregelado do inverno ou a chuva que frequentemente abençoa a cidade, impedem de aproveitar os seus encantos.
Para começar, Paris dispõe de uma rede de transportes públicos muito boa e de fácil acesso, podendo sempre ir direto ao seu destino de forma mais rápida e eficiente. Eu, particularmente, sempre que não posso andar a pé, opto pelo metro (metro paris).
Normalmente não levo roteiros muito planeados, tenho sempre alguma noção do que quero fazer, mas fico sempre muito livre para alterar as minhas rotas, claro que com três dias e meio fica difícil, então comecei a traçar o roteiro em função do lugar onde me hospedei. Fiquei no Libertel Gare de l'est que, desde já, recomendo, pelo quarto, o atendimento e a localização principalmente para quem chega de comboio na estação Gare du Nord (cinco minutos a pé da estação Gare de l'est que é em frente ao hotel).

Então vamos ao que interessa.

Dia 1- Arco do Triunfo, Campos Elisíos, Jardim das Tulherias
Como cheguei depois do almoço, enquanto encontrei o hotel, tratei das coisas e fui laurear a pevide, já não me restava muito do dia (principalmente porque no Inverno anoitece muito cedo). Fui de metro até a estação do Arco do triunfo (Charles de Gaulle-Étoile) e a partir daí foi dar corda aos sapatos, descendo os Campos Elísios (para quem gosta e pode fazer compras de luxo, o longo percurso passa num piscar de olhos). Dos Campos Elísios, ainda caminhando, chegamos à Place de la Concorde onde o rei D.Luís e a sua mulher Marie Antoinette foram guilhotinados e onde se encontra, também, o Obelisco oferecido à França vindo do Egito. De lá seguimos pelo Jardim das Tulherias, porém, como já estava noite e extremamente frio, pouco desfrutamos do jardim que é o lugar ideal para se visitar na Primavera/Verão.


Dia 2- Torre Eiffel, Louvre, Notre-Dame

No segundo dia, por causa do (mau) tempo, optamos mais pelos transportes público. Seguimes da Gare de l'est para estação Trocadero de onde temos uma das vistas mais bonitas da Torre Eiffel e onde conseguimos das melhores fotos. De lá seguimos, obviamente para ver a Torre de pertinho, infelizmente não subimos por causa do tempo e de lá caminhamos pelos Champs de Mars onde sentamos um pouco para contemplar a vista da Torre (reforço que se tiverem oportunidade de ir na Primavera/Verão podem desfrutar dos jardins, que no Inverno se encontram vedados) e pouco depois apanhamos o metro (não me recordo da estação, mas era bem perto dos Champs de Mars) em direção ao Louvre (descemos na estação Palais-Royal–Musée du Louvre. Lá pode-se ver a famosa Monalisa e fazer as típicas brincadeirinhas das fotos segurando a pirâmide do Museu. Depois da visita feita ao museu mais famoso de Paris, a chuva deu uma trégua e fomos caminhando até chegar na Notre Dame. Passeio, diga-se de passagem, delicioso de se fazer, à margem do rio Sena,passando pela conhecida ponte dos cadeados (Pont des Arts) e pela Pont Neuf, seguindo pelo Quartier Latin e St-Germain-des-Prés e, mesmo antes de chegar à Igreja que ficou conhecida pelo célebre Corcunda de Notre Dame, ainda passamos pela Ille de la Cité. Como já tinha subido a torre da Igreja onde se pode ver de perto a Galerie des Chimières e o tempo continuava murchinho, decidimos ficar em baixo só a contemplar as gárgulas e toda aquela paisagem banhada pelo Sena, tão parisiense. 11 anos depois, voltei a uma deliciosa creperia do lado da Catedral, se tiverem essa oportunidade, é um dos melhores crepes que já comi em toda a minha vida. à noite voltamos ao bairro de Saint Germain (perto da Notre Dame), cheio de restaurantes, barzinhos e muita vida noturna.


Dia 3- Sacré Coeur, Moulin Rouge, Galerias Lafayette, Ópera, Torre Eiffel (by night)
O terceiro e penúltimo dia apanhou-nos (e ao mundo!) de surpresa. A 7 de janeiro de 2015, Paris acordou mais triste. Saímos em direção ao Sacré Coeur (estação de Pigalle) e encaramos aquela imensidão de escadas até entrar, na minha opinião, numa das Basílicas mais bonitas do mundo. De lá fomos em direção à Place du Têtre, conhecida por ser a praça dos artistas e pintores parisienses, que fica mesmo atrás da Basílica (não sejam tão "espertos" quanto eu fui em descer as escadas todas à procura da Praça, tendo que encarar a maratona da escadaria toda outra vez! #vergonhadodia). Daí fomos descendo pelos becos e ruelas daquela região (Montmartre) até chegar no, nada bonito, Moulin Rouge. Para quem vai a primeira vez é, com certeza, uma das grandes desilusões de Paris , principalmente durante o dia, que nem iluminado se encontra.
Daí apanhamos o metro para as Galerias La Fayette (ideal para quem for com o intuito de comprar) e foi onde nos demos conta de uma Paris triste, assustada e indignada com o atentado ao jornal Charlie-Hebdo. Obviamente que fomos afetados coma  a notícia, um pouco sem saber se nos recolhíamos no hotel ou se continuávamos a jornada, acabamos por seguir em direção à Opera (um dos edifícios mais bonitos da cidade), perto das Galeria e de lá voltamos para o Hotel.
À noite voltamos à Torre Eiffel onde realizei um sonho de consumo de ver a torre iluminada, uma verdadeira obra de arte!





Dia 4- Praça da Républica et aurevoir, Paris!
No quarto, também considerado terceiro e meio, dia, não conseguimos ficar indiferentes ao que se passava. Paris não é apenas a cidade do amor, é muito mais do que um cartão postal, é o berço da liberdade, igualdade e fraternidade! Despedimos-nos de Paris sem palavras, mais do que a obrigação, sentimos a necessidade de nos juntarmos a todos aqueles parisienses, franceses, pessoas, como nós, do mundo inteiro, na Praça da Republica e lá nos despedimos da cidade Luz, que mesmo em luto me proporcionou dias tão felizes, a mim e ao mundo que todos os dias recebe, acolhe e encanta! #jesuischarlie


Bom, é corrido, Paris tem mais e muito mais para visitar, que não quer aproveitar os Jardins do Luxemburgo ou visitar o Palácio de Versailles?! Mas para três dias (e meio!) dá pra sair de lá com a sensação de missão cumprida e Paris, para sempre, no coração!

À bientôt :)