Não consigo.
Sou derrubada à primeira palavra, ao primeiro pressentimento, àquele momento que antecede a leitura e me conduz aos mil e dois pensamentos onde o paraíso dá lugar ao inferno e os olhos permanecem abertos toda a noite.
Mais que os olhos, o coração! Esse maldito bater desenfreado que te faz deitar as mãos ao peito como se o gesto de aconchego o fizesse parar!
Num segundo momento, páro! Congelo! Petrifico cada músculo sabendo que a dor foi a última das sensações! E como foi a última das sensações, quando recupero os movimentos foi aí que fiquei!
Oh, como é insuportável dormir assim! Acordar assim! Viver assim!
Não me apetece mais ser simpática! Quero ser má, repudiar todos os batimentos cardíacos, todas as borboletas no estômago, todas as possibilidades, ainda que remotas, de perdoar!
Estou na fronteira desta história, no limite da nossa existência, estou a um passo de saltar para o outro lado quando pareço petrificar outra vez!
Se fosse mais fácil pedia-te para seres tu a dizer-me que não vai resultar!
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