Já andava a dever uma ida ao cinema há muito tempo. Demover alguém do seu precioso sofá para me acompanhar a ir ver um filme de época nunca foi tarefa muito fácil. Já andava a namorar este filme (Anna Karenina) há muito, também. Nunca gosto muito dos filmes em que leio primeiro os livros e as críticas mais recentes também não abonavam muito em seu favor, pois é, mas lá acabei por sair da sala maravilhada, o que de certo modo já previa.
O romance do russo Tolstoy, já interpretado no cinema e televisão milhares de vezes, não perdeu o seu encanto, a sua magia, a sua dor sob a grande interpretação da Keira Knightley.
A história retrata a vida de Anna Karenina, uma aristocrata russa, bonita, rica e de elevado estatuto social, casada com um homem 20 anos mais velho, mas que se apaixona perdidamente pelo Conde Vronski, com quem vive os tão deliciosos romances proibídos da velha literatura. Parece pouco e banal para um filme ser tão bom, mas consegue.
Para quem conhece a história e já viu outras interpretações, crítico apenas a claustrofobia do cenário, confinando praticamente todo o filme a um velho teatro onde as histórias vão se cruzando todas no mesmo espaço, com poucas cenas exteriores, conferindo um ar mais rotineiro do que a história merece.
Quanto ao desempenho de Knightley, definitivamente nasceu para este género de filmes, assentam-lhe como uma luva, é sublime a forma como assume os comportamentos e a postura da sociedade russa da época, e já o vimos fazer antes em outros filmes como Orgulho e Preconceito e Atonement. Jude Law acompanha-a exemplarmente na sua interpretação.
De notar ainda a magnífica banda sonora, num matrimónio muito bem conseguido com a história e os atos, e os figuros, deslumbrantes.
Resumindo, valeu a pena sair do sofá!
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